segunda-feira, 20 de agosto de 2012

POSE PACK - Busted!


Olá Sickers! ♥
Esse é mais um Pose Pack feito para as cenas da história que decidi postar pra vocês. Acredito que ele pode ser útil em diversas situações, afinal há várias formas de utilizá-lo, basta usar sua imaginação! |D
Mas, ele foi feito a base desse SET de cadeia. 


Hello everyone! ♥
This is another Pose Pack made ​​to the scenes of story and I decided  post it for you. I believe it can be useful in many situations, so many ways to use it, just use your imagination! 
But he was made the basis of this jail's SET.



FOTO 1: a_aliceNS_1 | a_aliceNS_2

FOTO2: a_aliceNS3 | a_aliceNS_4
 

FOTO 1: a_aliceNS_5 | a_aliceNS_6
FOTO 2: a_aliceNS_7 | a_aliceNS_8



POSE BONUS!


- 9 Poses
- Com lista | With list




Espero que gostem! | Hope you like it :)
Put these Sims in the jail!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

(Season 1) Cap. 05 - Everyone - Finale


(AVISO: Desde o início da história eu disse que a cada capítulo eu incluiria alguns assuntos e cenas que não são próprios para menores de 18 anos. Não estão proibidos, mas estão avisados. A história é publicada sem intensões, somente por diversão, MAS é melhor me precaver. Espero que gostem!)
(WARNING: Since the beginning of story I said that each chapter I would incluse some subjects and scenes not suitable for under 18. Are not prohibited but are warned. The story is published with no intentions, just for fun, BUT it’s better to avoid me. Enjoy!)


 “Não adianta tentar imaginar onde isso vai dar ou acabar. Já decidi o que vou fazer, vou ficar sentada aqui até que todos eles estejam velhos e com Alzheimer o suficiente pra não lembrar do que fiz ou, se quer o meu nome. Talvez funcione.”



Kitty havia apertado o play do controle remoto pela quinta vez, assistia repetitivamente um de seus filmes antigos favoritos que encontrou jogado na bagunça do quarto. O DVD foi um presente de Simon, mas ela não se lembrava desse fato e por isso havia tocado no mesmo, se lembrasse teria o jogado fora junto a todas as outras coisas similares que encontrou durante o ataque de fúria que teve a tarde.




Sua maquiagem estava velha, gasta e um tanto borrada, o que denunciou um possível choro para o homem que caminhou pela sala e juntou-se a ela no sofá com um suspiro.
Kitty mostrou-se incomodada, virou o rosto e se afastou o quanto pode. Odiava estar em estado melancólico perto de outras pessoas, até mesmo de seu pai.




- Você não esqueceu de que é uma princesa, não é? – Perguntou seu pai, Peter, enquanto curvava um dos braços para trazer a filha para perto de si novamente.
- E no que isso influencia?
- Princesas não colocam fogo nas coisas.
- Se eu sou uma significa que colocam sim. Aquelas coisas estavam me irritando, pai.
- Se eu encontro o Si... – Peter foi cortado por um semi berro de Kitty que repreendeu a pronuncia do nome do ex-namorado. – Eu vou pedabundear aquele garoto que ousou magoar minha princesinha. Ok? – Finalizou.



- Pedabundear? – Kitty riu. Peter havia atingido seu objetivo ao utilizar a possível gíria idosa.

- É, dar um trato nesse biltre sacripantas para que fique espeto.

- Pai, na verdade eu terminei. O problema não é esse, ok? Pare de tentar deduzir as coisas.

- Não!? E qual é então? Porque esconde as coisas de seu mais velho companheiro?





- Sinceramente pai, você não precisa saber de algumas coisas. Acho que deixaria de me chamar de princesa assim que ouvisse a última palavra.


- Ei, o que é isso, Kitty Cat? O que anda fazendo por ai, mocinha?  Espero que eu não venha a me decepcionar com você, sério. – Peter nunca era rude com Kitty. Apesar de sua aparência brutal causada pelos músculos que havia adquirido na academia, onde passava a maior parte de seus dias, era o homem mais gentil que Kitty conhecia.
- Nada que deva se preocupar, pai. Quer dizer, isso se ter uma filha idiota não for algo preocupante, claro.
- Significa que você está arrependida?


- Claro... Que não.  – Kitty havia hesitado na resposta por não ter pensado nisso antes. O ódio que sentia de tudo e todos que estavam a sua volta poderia ser o resultado de sua resistência a ideia de ainda se flagrar lembrando dos acontecimentos da vida normal que vivia ao lado de Simon. Mas valia muito a pena visar o fato de que havia terminado por não aguentar mais o ciúme doente do mesmo. 



- Acho que agir assim não combina com você, filha. Eu não esperava te encontrar nessa fossa conhecendo a personalidade que tem. – Peter foi direto e fatal.

Kitty quis explicar seus motivos por um momento, mas na medida em que foi lembrando de tudo que havia acontecido... Desistiu.


Peter deixou a sala, o que a fez voltar a atenção para a TV. Perdeu grande parte do filme e ao perceber que, mesmo assim, a cena romântica que via anteriormente ainda acontecia, concluiu que aquilo poderia parecer idiota em alguns aspectos. Anotou "Jogar esse dvd no lixo também" mentalmente enquanto se levantava, quase derrubando o enorme pote de sorvete que a acompanhou enquanto esteve ali.


Seu quarto havia perdido a graça. Estava mais escuro e com menos estilo desde que retirou todas as fotos que antes ali estavam. Era estranho mudar, grande parte de Kitty optava por continuar no passado, ele parecia mais agradável.


Mas era tarde demais para sentir pena de si mesma e dos outros. O número de mensagens de Rupert – que fazia parte da nova etapa de sua vida que, se pudesse, eliminaria – aumentava a cada hora. Ela não podia acreditar no quão insistente ele havia se mostrado desde então. Sempre apreensivo na forma de implorar por uma segunda chance, mostrava-se também bem arrependido.



“Difícil é encarar que não sou tão esperta quanto pensava. Vadias e idiotas bem embaixo do meu nariz e eu confiando neles. Essa sensação de abandono é bem irritante.”



Kitty não estava sozinha no quesito de solidão e “fossa” – como foi citado por Peter – Ingrid não tinha motivos concretos para estar tão chateada, mas estava. Não sentia vontade de sair e sentia falta de sua mãe que não via a alguns dias, esta estava a procura de Aron que foi dado como desaparecido após o décimo quinto dia.
Até para usar o computador, optava por permanecer na cozinha. Julgava que este era o lugar menos vazio da casa. O segundo andar parecia assombrado.



“Mas que merda é essa? Não. Definitivamente não adianta. Já estou na última página de vídeos do melhor site e nada me interessou o suficiente? Então é isso que o sexo causa? Desinteresse pelo o que não é real? Droga... Acho que me ferrei.”



Ingrid já estava ficando sem paciência do outro lado da conexão que estabelecia com Chazz via internet, havia feito uma pergunta a vários longos minutos que, só depois de folhear todas as alternativas de um de seus sites favoritos, ele se deu conta que deveria responder antes que tivesse um membro cortado virtualmente.
Confirmou a ida a tal festa na qual ela o convidou para fazer media e não apanhar posteriormente.



“Que eu era visto como otário eu já sabia, ando procurando alternativas pra tentar mudar isso, mas nada acontece. O que me ajudava a passar por cima disso era ter os outros três quando precisava. Quem diria, não? Atualmente eu acho que só tenho a mim mesmo e isso não soa tão ruim quanto parecia. Talvez eu até me acostume.”




Chaaz fora convidado por Ingrid que, diabolicamente, convidou Simon antes e, por isso, ele já estava pronto. Após levantar da cama, na qual estava sentado para calçar os sapatos, seguiu para o banheiro.




Ao retirar um pequeno pacote plástico do bolso, lembrou-se de algo que acabou sendo considerado como bom: Helena. Não tinha nenhuma espécie de intenção com ela, mas deixou de se arrepender por Kitty quando soube do que houve com Chaaz, fora que não era sempre que uma garota no nível dela topava algo tão casual e ainda deixava “presentes”.



Massageou a substancia que retirou do plástico na parte interior da bochecha. Tentou resistir a isso, mas precisa de algo para animá-lo a ir para a tal festa sem descrição. Quando estava envolto aos efeitos não conseguia ver motivos para não fazer qualquer coisa que antes pareciam impossíveis. O que é bem normal.


Ou o mundo era pequeno demais para os quatro, ou isso tudo não passava de uma espécie de armadilhas, pois no exato momento em que os outros três se aprontavam Kitty estava chegando a tal festa, espreitando-se entre os outros presentes que a notaram com certo ar de indiferença – nada comparado ao dela sobre os mesmos, claro – Decidiu que esperaria Rupert em um lugar seguro e quieto.



Não estava em clima de festas, se perguntava se algum dia isso foi realmente divertido. Descansou o corpo já cansado em uma parede suja do estacionamento que, atualmente, parecia uma boate gótica ou algo do tipo. Por toda a ansiedade de Rupert ao telefone, imaginou que o encontraria na porta a sua espera, segurando o buquê e um cartaz com “Case-se comigo, Marilyn” escrito, mas se enganou.


- Já fiz a minha parte. – Disse para si mesma antes de decidir que sairia dali. Valia a pena desperdiçar todo o tempo que gastou se arrumando a troco de estar longe dos olhares daquela gente que julgou como “esquisita”.


- Nem ouse, Simon! Convidei ele também e foda-se pra vocês dois e essa briga estúpida, ok?
- Relaxa Ingrid. Eu imaginei que faria isso, é a sua cara. Você não tem noção das coisas mesmo, não é?
- É, não tenho. Agora um passo para trás, por favor.
Como já era de se imaginar, Simon franziu a expressão de todas as formas que pode ao encontrá-los, apesar de já imaginar que isso aconteceria. Ingrid não estava do lado de Chaaz – Que se escondia como uma criança atrás de seu corpo - Na verdade não estava em nenhum dos lados por fim, mas precisava defendê-lo.


Rupert realmente estava atrasado. Chegava a estar ofegante por ter corrido e se perdido entre o acúmulo de pessoas que surgiram repentinamente no estacionamento, depois de se perguntar o que as levava a isso, ergueu o corpo e estirou-se a procura de algum cabelo descolorido e lábios vermelhos, mas não encontrou nada parecido.


Assim que atravessou a rua, Kitty sentiu um calafrio em suas pernas. Por hora não soube identificar motivos, mas ao olhar pelo canto dos olhos percebeu que duas figuras a observavam de forma estranha do outro lado. Decidiu continuar andando no mesmo ritmo para que não percebessem que estava aflita.

- Ei! – Tarde demais, uma voz masculina ecoou e a fez acelerar os passos automaticamente dessa vez.


Sendo chamada pela sétima ou oitava vez em tom sequencial, obrigou-se a parar. Girou o corpo e encontrou dois pares de olhos fundos acompanhados de peles brancas o suficiente para mostrar deixar os ossos marcados.

- Onde vai? – A figura masculina havia feito a pergunta, seu tom parecia sóbrio, mas Kitty podia sentir que isso poderia não terminar bem, sendo conhecedora de pessoas do tipo.
- Pra casa? – Soltou em tom sarcástico incontrolável.
- Estávamos esperando por alguém com uma encomenda, mas parece que fomos enganados. Você tem algo aí? – Dessa vez a voz era feminina. A dona desta possuía cabelos loiros bonitos a ponto de esconder sua expressão desgastada por provável uso de drogas. Kitty deduziu que fossem irmãos, eram parecidos em vários aspectos, mas também deduziu que não era hora para pensar nisso.


- Você não é o tipo de gente que frequenta esse lugar. Está vendendo alguma coisa?
- Não, eu... Não tenho nada. – Kitty negou balançando os braços de forma nervosa.
- Ah, vamos lá! É claro que tem! – Ele teimou – Olha só Honora, acho que ela está com medo de nós, e você?
- Tenho certeza. Calma boneca, basta você nós passar o que tem aí e já vai poder ir pra casa. Que tal?


- Exato. Ou, sei lá... Vamos ter que pegar a força, a situação está um pouco tensa por aqui, sabe?

Kitty revirou os olhos pela ameaça, da forma mais antipática que pode. Foi inevitável mesmo que esta soubesse que não seria uma boa ideia provocar um dos dois, mas as vezes era impossível controlar certas reações.

- É mesmo? Você e que exército, seu bosta? – Ao parecer, era difícil controlar palavras também.


Ambos permaneceram em silêncio após a pergunta, com expressões neutras que a encaravam como se tentassem enxergar sua alma ou algo do tipo. Kitty deu de ombros e voltou a caminhar por onde estava ainda desconfiada.




Não é possível dizer que algo a impedindo de forma bem brutal era inesperado, afinal ela temia sim que isso acontecesse. A esse ponto ainda estava relutante a situação, sentindo-se superior, mas começava a sentir suas pernas bambas.




- E você acha que preciso de um exército pra quebrar uma boneca de porcelana fresca e vagabunda como você? – Kitty ouviu a frase ao pé do ouvido, mas não pode responder. Sua boca estava interditada pela mão pálida e esquelética que pressionava seu maxilar. Arregalou os olhos e buscou apoio em um dos braços que estava solto.



A sua sorte estava a espreita da grade do estacionamento observando os movimentos que ali aconteciam. Bruno – o fotógrafo – estava na tal festa e ao ouvir a voz de Kitty um pouco exaltada, decidiu conferir.  Aguardava por um momento em que seria necessário pedir ajuda, sozinho ele não poderia ajudar muito, mas se fosse preciso, tentaria.


O corpo de Kitty foi facilmente girado e pressionado contra o de quem o movia. Concluiu com exatidão que estava em apuros após sentir mãos em lugares não apropriados. Sentiu vontade de arrancar as unhas da mão que a tocavam, mas valentia não era força.



- Ei! – Exclamou uma vez ao perceber um movimento mais estranho que o anterior – Ei, ei, ei! O que você está fazendo seu doente!? – Disparou após receber um lambida irônica no rosto que foi dada apenas pra provar a ela que poderia fazer o que quiser, por mais metida que Kitty fosse.
- Da próxima vez você vai saber que é melhor ficar calada e entregar o que tem. Quanta inexperiência a sua, boneca.



- Eu me largaria se fosse você! – Blefou uma ameaça desesperada – Vamos lá, pela sua cara nem de mulher você gosta!

Ele não parecia estar escutando os atrevimentos de Kitty. Sua única reação foi apertar um pouco mais a mão que estava em seu pescoço para que ela parasse de se mover contra seu corpo.

- Que nojo... Olha, vai procurar um homem pra você lamber, ok? Me solta!


As últimas palavras de Kitty foram cortadas por um forte impulso que sentiu, era um tapa de mão bem aberta que havia acabado de receber para que calasse a boca. Um suspiro de susto foi o que conseguiu, como a força vinha de um homem – covarde em si – seu corpo foi arremessado ao chão.


- O que...? – Perguntou a si mesma incrédula, enquanto levava uma das mãos a bochecha vermelha e dolorida assim como todas as outras articulações por estarem trêmulas de susto.
Os outros olharam-se e afirmaram algo com um sinal, balançando a cabeça positivamente.


Bruno soltou um suspiro imediato de susto e congelou uma expressão de desespero enquanto se preparava para correr e fazer algo. Ver Kitty jogada ao chão, juntamente a seus acessórios – como óculos e chapéu – que foram arremessados, o fez imaginar que algo ruim estava por vir, a fitou por alguns minutos para se certificar de que teria tempo, mas percebeu que estava era se atrasando por apavoramento confuso.


Enquanto esteve na festa, obervou Simon, Chaaz e Ingrid próximos a saída, escorados em caixotes velhos do supermercado. Implorou mentalmente para que ainda estivessem lá enquanto corria.
Quando a isso ele não precisava se preocupar, ainda estavam lá como estátuas, entediados pela situação tensa entre Chaaz e Simon.



- Kitty está com problemas. – Pronunciou-se antes mesmo de chegar, já voltando a atenção para trás procurando um ângulo em que pudesse vê-la. Os outros se atentaram, mas não captaram as palavras rapidamente.
- O que foi que você disse aí? 
- Kitty! Vocês precisam ajudá-la, se eu aparecer lá vou apanhar junto!



- Apanhar? – Os três perguntaram em coro com tons diferentes. Simon era hesitante, quase não foi possível ouvi-lo, Chaaz era falsamente frígido, perguntou normalmente por medo de demonstrar interesse demais, e Ingrid era cômica, não sorriu ou riu, mas achou engraçado.


- Sim! Na saída! Uma mulher e um cara estão batendo nela!
- Você tomou o que, Bruno? Tem certeza disso? – Perguntou Simon que tentava organizar a frase anterior mentalmente. Parecia estranho ouvir que Kitty estava apanhando de alguém.
- Ajude ela, Simon. Por favor. – Pronunciou-se um pouco mais calmo desta vez.
- Onde? – Ingrid perguntou ansiosa por não receber explicações rápidas.
- Lá trás, na saída do estacionamento!


Chaaz avançou o passo contra Ingrid que o impedia, esta esboçou surpresa por ainda não acreditar nas palavras de Bruno.

- Você vai até lá?
- Sim. Não vejo motivos para duvidar dele. Porque mentiria?


- Espero que não esteja mesmo. – Simon entrou imediatamente na conversa depois de pensar um pouco sobre seu orgulho sendo destruído.
- Não é mentira, Simon.




Enquanto discutiam, alguém antes atrasado agora chegava primeiro. Rupert encontrou Kitty ainda ao chão e impediu que tocassem nela com um grito rígido que chegou a assustar todos envolvidos.



- Mas o que está acontecendo aqui, Brad?

- Rupert... – Amargurou a presença do amigo.

- Oh, olá Rupert! Não estou entendendo o motivo dessa gritaria. – Horona, a mulher da dupla de meliantes, perguntou. Qualquer um que escutasse a conversa deduziria automaticamente que os três se conheciam muito bem.


- O que fizeram com ela, seus inúteis? – Rupert avançava com uma das mãos estendidas, querendo chegar até Kitty jogada ao chão, ainda tentando se reestruturar. Sua voz falhava entre uma palavra e outra e seu tom era baixo como o de quem precisava esconder o que estava acontecendo, parecia estar realmente aflito ou até mesmo apavorado. 



Rupert só desmontou sua posição contra os dois quando sentiu o corpo de Kitty se apertando ao seu, estava realmente assustada, nada muito grave a ocorreu, mas era inesperado. Ainda tentava se recuperar do susto e vê-lo foi um alívio. Rupert fechou os olhos e respirou fundo, imaginando o que estava por vir.

- Humm! Acho que já peguei o que está acontecendo aqui! – Debochou Honora que olhou com malícia para o abraço de Kitty em Rupert.


Brad iniciou uma serie de gargalhadas que pausava tentando dizer alguma coisa, mas voltava a rir assim que olhava pra Rupert o encarando por trás do abraço com a cara mais fechada que tinha.

- Quer dizer então... – Riu por mais alguns instantes até se controlar e recuperar o ar – Quer dizer que você está comendo então? Ah Rupert! Você me mata de rir, cara. Aliás, onde esteve? Estamos te esperando a horas, desgraçado.


Os olhos de Kitty já não eram pequenos em sua expressão natural, quando os arregalava pareciam um par de pedras azuis, contornados com toda aquela maquiagem semi borrada, julgavam as últimas frases que ouvira. De fato Rupert escondia algo, sua aparência não condizia com a situação em que viva, suas verdades pareciam destorcidas e sua violência era definitivamente desconfiável.

- Ela não sabe de nada, não é? – Brad havia perdido todo o humor contido em seu timbre anteriormente.


Ela se soltou do abraço de forma espontânea e rude, livrou-se dos braços de Rupert que tentou por alguns segundos segurá-la e continuou se afastando enquanto cogitava quem ele realmente era. Estava começando a ficar realmente assustada naquela noite.



Não conseguiu organizar forças para ficar de pé e pensar em tudo aquilo ao mesmo tempo. Desequilibrou-se e acabou ao chão novamente.Rupert, Brad e Honora pareciam se conhecer muito bem, era possível perceber o tipo de gente com quem esteve.

- O que foi, Rupert? Perdeu a voz? – O humor de Brad havia voltado, não resistia em tirar sarro da situação em que se considerada aprendiz de Rupert.

Tudo já estava entregue, não havia mais o que fazer para que Kitty mudasse a impressão que teve. Na verdade, nunca ouve. Rupert esteve envolvido em diversos atos de abuso por saber que é muito simples tirar drogas de uma “garota riquinha” nesse tipo de festa, mas não esperava que fosse se envolver com uma delas, muito menos que esta seria vítima de seus próprios aliados.



- Você... Rupert, você... – As primeiras palavras saíram, mas não completaram coerência em uma frase. Uma serie de memórias apunhalaram o orgulho de Kitty que percebeu o quão estúpida foi. Bruno chegou a lhe dar um aviso que não foi nem cogitado e todas as dúvidas que teve na noite em que esteve com Rupert, estavam claramente resolvidas.


Sua linha de pensamento foi cortada assim que sentiu seu penteado sendo desfeito por dedos que adentraram seu cabelo, os puxaram com força o suficiente para fazê-la solta um suspiro alto de susto acompanhado de um grito.

- O que foi, boneca? Ficou tão assustada assim, é? Que eu me lembre, o Rupert é bom no que faz.
- Me solta!


-Mas o que!? Tira a mão dela, Honora! – Rupert avançou com a intenção de impedir que ela a tocasse, mas Brad interferiu, já posicionando o braço para o que fosse preciso. Sempre esteve na sombra de Rupert, mas o momento era propício para chantagea-lo como sempre quis. 


- Ôh vagabunda, sinto muito, mas se for pra alguém arrancar esse cabelo oxigenado, vai ter que ser eu. – Não demorou até os outros “salvadores” aparecerem e é claro que essa frase vinha de Ingrid, parada atrás de Honora com os braços cruzados e um sorriso.



- Sabia! – Simon surgiu de um dos lados e a primeira figura que viu, era o que esperava. Já sabia que Rupert cheirava a problemas e não hesitou em girá-lo com uma das mãos já encaixando o punho em sua mandíbula.  Brad arregalou os olhos desentendidos e depois de se assustar, sorriu.



- E quem diabos é você? – Perguntou Honora com uma das mãos vetada por Ingrid.
- Antes de responder suas perguntas, quero saber o que está acontecendo aqui. Quem você acha que é pra sair puxando o cabelo dos outros por aí, hein?
- Me solta... Ficou maluca, é? 
- Maluca está você com esses olhos fundos aí. Conheço o seu tipo e é melhor cair fora, estamos em maior número. – A capacidade de intimidação e blefe de Ingrid era digna de elogios, por mais que estivesse com problemas, sempre contornava a situação da forma mais superior que podia.



Chaaz também apareceu, mas ciente de que não havia capacidade física para amedrontar alguém – não que Ingrid tivesse, mas isso não importava pra ela – decidiu ajudar Kitty, ainda jogada ao chão resmungando algumas palavras.
No mesmo instante em que a tocou, sentiu o olhar de Simon que se distraiu imediatamente. Jamais pensou que se sentiria incomodado por ver seu melhor amigo tocando Kitty, mas as coisas haviam mudado, sua mente se inundou de cenas indesejáveis que, infelizmente, imaginou.



Rupert já estava saturado. Aos dois encontros que teve com Simon sentiu-se humilhado por golpes inesperados que quase deslocaram sua mandíbula, uniu isso a raiva de ter tido sua “identidade” revelada e depositou seu punho no tórax de Simon que arfou por dor e susto, estando imerso a sua imaginação pobre.


Não satisfeito e em vantagem por ter inserido bastante força nos primeiros, o derrubou ao chão e iniciou uma sequencia de golpes que eram inevitáveis para Simon que mal conseguiu se mover apesar de ainda relutante o suficiente para tentar chutá-lo, mas Rupert estava determinado a acabar com essa história ali mesmo.


Kitty esquivou-se das pernas de ambos que quase a derrubaram e colocou uma expressão súbita de desespero, não havia muito a se fazer a não ser pedir para que parassem e mesmo assim era inútil.
  

Se algo que Chaaz falasse com frequência era realmente um fato, seria a citação de que o ele mesmo nunca faz algo certo. E em uma situação crítica como essa, não seria diferente.
Ao ver que Simon apanharia até perder, pelo menos, vinte de seus trinta e dois dentes, decidiu que deveria fazer algo. Kitty estava perplexa e imobilizada, Ingrid apanharia da outra garota se a soltasse, e foi assim que procurou algo material para ajudá-lo e encontrou: Uma garrafa de vidro.


O barulho causado pela garrafa que Chaaz quebrou nas proximidades da testa de Rubert isolou qualquer outro ruído da rua por alguns segundos.  Os cacos de vidro ficaram espalhados pelo asfalto onde os que antes estavam travados em uma posição, caíram. Rupert levou a mão ao local da batida e não pode mais levantar a cabeça. Obviamente, sua visão escureceu.


Se não fossem espertos, Brad e Honora já estariam atrás das grades e longa data e por isso dispararam em uma corrida depois de se olharem e concordarem que aquilo poderia rechear as fichas criminais.


Os outros só puderam ver o estrago, quando Rupert se deu por vencido e caiu aos pés de Chaaz, literalmente. Ele pode sentir que em alguns minutos, o sangue que escorria da ferida poderia penetrar o tecido de seu tênis e chegar a seus pés, foi tudo que conseguiu pensar depois de seu maior ato impulsivo de todos os tempos. Sentiu herói por alguns segundos, só por alguns segundos.


- Ok, isso foi o suficiente. Eu vou até lá.
- Obrigada... Eu já estava ficando desesperada lá dentro. Sabia que isso não terminaria bem desde que vi a mocinha levando um tapa... Que horror.

Um diálogo acontecia em um canto escuro da porta do supermercado, onde uma das funcionárias e um segurança planejavam denunciar o que estava acontecendo ali cedo ou tarde.


- Você se lembra de tudo que viu? Dependendo do que estiver acontecendo o caso pode ser relativamente grave.
- Eu acho que sim... Eu saí por uns segundos pra te chamar e quando voltei o rapaz loiro estava caído no chão, não sei quem quebrou a garrafa nele.
- Ok, vou te levar junto para depor, tudo bem?
- Tudo bem... Faria qualquer coisa para perder um turno noturno.


E como dito, a atendente de caixa declarou o que viu com alguns exageros aos policiais. Não demorou até que a oficial os mandasse para as celas de emergência enquanto alertava os responsáveis sobre o ocorrido. A primeira a chegar foi a mãe de Simon, que se sentou para assegurar de não cair após saber o que seu filho havia feito dessa vez, a segunda foi a mãe de Chaaz, que poupou seu tempo e colocou  somente um delicado roupão com estampa de coelhos para ir até a delegacia




- Cadê o meu bebê? – A voz Martha poderia soar muito intimidadora, caso ela não estivesse com as vestimentas citadas e principalmente se não tivesse utilizado o apelido carinhoso de Chaaz. O policial a suas costas lutava arduamente para segurar o riso.
- E qual dos marginais seria o seu bebê, minha senhora?
- O garotinho de óculos. Ele não é marginal. 
- Sente-se primeiro, senhora, sente-se.




Martha não negou por saber que seria a única forma de saber o que estava acontecendo ali. A oficial começou seu discurso com todo o sacarmos que pode, informando em detalhes o que a atendente de caixa havia declaro sobre o que viu no estacionamento: Uma serie de exageros.
Kitty foi dada como violentada por ela, foi levada para fazer exames não especificados para comprovar a acusação. A mulher chegou a derramar lágrimas de exagero enquanto narrava a briga. Ao menos havia citado que dois deles não estavam ali, o que fez a delegada, já saturada, decidir que ficariam presos por uma noite, por mal comportamento nas ruas – caso Kitty não apresentasse sinais graves –




- Graças a Deus. – Foi o que Lilian conseguiu dizer depois de ouvir “Ficaram aqui até o amanhecer”, pensou que seria bem pior. Levantou-se.

Martha sorriu de alívio, deduziu sozinha que Chaaz só esteve envolvido para proteger a namorada. Sim, para ela Kitty e Chaaz namoravam desde que os viu no quarto




A oficial estampou um sorriso vitorioso no rosto que fez Lilian sentir um calafrio. Colocou-se a frente de ambas e balançou a cabeça negativamente.

- Infelizmente isso não é tudo para você, senhora. – Dirigiu-se a Lilian.
- O que quer dizer!?
- Você se lembra do aviso que dei a seu filho na última visita, certo? Pois é, não precisei me esforçar nem um pouco para que ele pagasse pelo insulto, quer se sentar novamente antes de eu lhe informar sobre o que encontramos em seus bolsos?




E foi o que Lilian fez, sentou-se e cubriu os ouvidos como uma criança já prevendo as palavras da oficial que foram ditas no tom mais rude possível.

- MDMA*, Marijuana* e outros tipos nos quais vou poupá-la.
Lilian encolheu-se e Martha a segurou, pousou a mão em seu outro em sinal de consolo. Não a conhecia o suficiente, mas poderia imaginar o quão desastroso seria receber uma notícia como essas, mas no caso de Lilian era ainda pior, era tudo que mais temia.

(MDMAmais conhecida por ecstasy, é uma droga moderna sintetizada (feita em laboratório), neurotóxicacujo efeito na fisiologia humana é a euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial do consumidor e grande perda de líquidos, pertencente a família das anfetaminas. Muitas vezes o conteúdo dos comprimidos é retirado das cápsulas, sendo misturado a a cafeína, amido, detergentes e outras drogas | Marijuana: Erva de Cânabis, mais conhecido como maconha. )




- E eu ainda não terminei, senhora. Perdoe-me, mas é necessário que um responsável esteja ciente. Simon confessou ter quebrado uma garrafa de vidro na testa do rapaz que foi mandado para o hospital assim que chegamos ao local. Isso também pode gerar alguns grandes problemas pra ele.
Lilian esperou por mais antes de começar a despejar algumas lágrimas maternas inevitáveis, por sua sorte – se é que é permitido utilizar esta palavra – não havia mais nada por enquanto.


A mãe que faltava, já estava no setor das celas. Seu caso era especial, conversou com a oficial e contou o que havia lhe ocorrido naquela noite e, por isso, pode entrar primeiro.

- Mãe, não precisa chorar! Olha, isso não passa de um engano, eu só estava ajudando a vadi-... a Kitty, lembra dela? – Ingrid desesperou-se ao ver uma lágrima escorrer no rosto de Carmen.


- Porque você nunca está comigo quando preciso de você, Ingrid?
- Do que você está falando, mãe? Você desapareceu por dias! Eu estive em casa a sua espera, mas nunca conseguia te encontrar...
- Eu só te peço para mudar suas companhias, antes que seja tarde... Eles acharam o seu irmão, Ingrid.



- Mesmo? E ele está bem? Onde ele estava? Vou dar uma surra nele por te preocupar quando sair daqui, mãe... Por favor, não chora, vai.
- Ingrid, eu não tenho mais o Aron... – A frase de Carmen saiu falha no fim, não conseguiu a completar por conta de um soluço de choro que envolveu sua garganta a fazendo levar uma das mãos ao rosto. Algo estava muito errado ali.  



Depois de pensar um pouco, não foi difícil deduzir. Aron vivia a roubar joias e dinheiro da família para pagar as dívidas que comentava brevemente entre uma discussão e outra. Pessoas no “ramo” em que Aron estava não podem manter dívidas por muito tempo ou acabavam mortas em algum canto escuro de Bridgeport.  Considerando-se suas companhias – como os que bateram em Simon por vingança – poderia esperar por isso. 


Simon e Chaaz ouviram toda a conversa, uma fina parede os dividia por gênero até que as situações criminais fossem normalizadas. Muitas coisas ruins aconteceram naquela noite, mas nada chegava perto do disso, sentiram-se mal o suficiente para perderem a voz, nada foi dito e nem poderia ser.


 Carmen deu as costas para Ingrid, muitas burocracias precisam ser resolvidas e não havia tempo suficiente e nem meios para tirá-la dali antes do amanhecer, como foi ditado pela oficial. Estava em seu limite.


- Mãe... Mãe! – Ingrid começou a perceber que seria deixada ali sem mais notícias e incapaz de consolá-la. Correu até o seu limite na cela, estendendo a mão em vão. – Não me deixa aqui! Mãe!


- Só podem estar de brincadeira... – Ingrid não encontrou mais forças para chamá-la e ao escutar o baque da porta do corredor, perdeu as forças para se manter de pé.
- Ei In, nós estamos aqui, ok? Você não está sozinha, garota. – A voz de Simon era hesitante do outro lado da parede, mas ele precisava lembrá-la de que estavam ali.



Ela se levantou com algum esforço e encontrou Simon debruçado na última barra de ferro de sua cela, Chaaz olhava preocupado, esperando ansioso pelas reações de Ingrid, estava mais apavorado do que a mesma. Estendeu a mão e tocou a de Simon em sinal de gratidão. Não pelo o que foi dito e sim por estarem ali de alguma forma quando mais precisou. Passaram um bom tempo em silêncio - nenhum tipo de diálogo seria produtivo – Ingrid estava cansada e sua cabeça latejada por ter recebido informações demais.







Depois de alguns longos minutos em que, finalmente, conseguiu derramar as lágrimas presas pelo susto, adormeceu vencida pelo dia problemático. Simon segurou sua mão com dificuldade até que isso acontecesse, mas alguns segundos antes de realmente pegar no sono, Ingrid recuou esta mão sem explicações.





Chaaz logo abriria um buraco no chão da cela, de tanto andar em círculos. Queria dizer tantas coisas que não saíam nem por decreto. Levou as mãos à cabeça e bagunçou o próprio cabelo, demonstrando pleno desespero.

- Simon... – Ao menos conseguiu chamá-lo.


Simon não respondeu, apenas dedicou seu olhar para trás, aguardando o seguimento das falas emboladas de Chaaz.

- Olha, cara... Sinceramente, porque você fez aquilo? – Conseguiu.
- Dizer que fui eu que quebrei a garrafa na cabeça daquele desgraçado? Porque eu quero o mérito por isso, foi algo bem legal.
- Falo sério, Simon...
- Eu tenho os meus motivos e você não precisa saber deles. Agora fica na sua, ok? – Simon confessou o pseudo crime por Chaaz quando percebeu que sua situação era bem mais grave do que dos outros, sabia muito bem o que carregava no bolso. Algo a mais, algo a menos não faria diferença nenhuma no fim. Considerou também o fato de Chaaz ter feito o que fez para tirar Rupert de cima dele, talvez fosse um ato gratidão.



- Mais que merda, Simon... Você é o único amigo que eu tenho.
- Eu sei. Boa sorte pra encontrar outro. – No fundo Simon estava era torturando Chaaz pelo o que fez com Kitty, havia o perdoado assim que saiu de sua casa naquele dia.


- Sério, cara. Desculpa... Já estou ficando cansado de pedir desculpas.
- Não.
- Ah... – Suspirou.


- Você é um filho da puta, Chaaz. Como você acha que me sinto quando imagino certas coisas? Até vontade de vomitar eu já tive... É nojento pra caralho, sabe por quê?
- Por quê?
- Por que você é uma merda de um irmão pra mim e ela é minha, sei lá... Ex mulher.  – Era a primeira vez que admitia Kitty como sua “ex”. O excesso de palavrões era uma forma de tornar o diálogo menos afetivo.



- Isso quer dizer que você me desculpou?

- Não, Chaaz... Isso quer dizer que eu vou precisar muito de vocês dois esses dias e não posso estar sem falar com vocês. Mas quando eu sair daqui vou voltar a não falar com você.

- Ah! Já é meio caminho andado, não?
- É... Pode ser. Eu nunca vou te perdoar, mas isso não quer dizer que não quero mais ver essa tua cara de esquilo. – Simon finalizou a conversa batendo a mão algumas vezes no ombro de Chaaz, que até havia se esquecido de que estava em uma cela. Sua amizade com Simon era realmente muito importante, se eles se conhecessem hoje não seriam amigos, eram muito diferentes e havia um abismo nos níveis de socialização. Chaaz o admirava de várias formas por tudo que o ensinou sobre mulheres desde cedo... Era uma pena isso ter se voltado contra o próprio, assim que Chaaz dormiu com Kitty, mas era algo a superar.


Depois de alguns outros comentários sobre o ato quase heroico de Chaaz, Simon voltou a ficar pensativo o suficiente para responder todas as perguntas com “aham” e este desistiu de tagarelar. Acomodou-se no banco de madeira quase medieval que encontrou ali, mais fedido do que todos os vômitos de uma festa juntos, e adormeceu também vencido pelo cansaço mental.






Nem se levasse – ironicamente dizendo – uma garrafada na cabeça, Simon dormiria. Estava agarrado as grades, matutando todos os tipos de planos para o que estava por vir, mas tudo acabava parecendo cena de filme ou seriado, foi assim que desistiu. 


Simon ouviu um ruído vindo do final do corredor, que o fez apertar as barras de ferro de susto e ansiedade. Por mais que Kitty estivesse em estado crítico, digno de dó, ele sentiu um perfume que quase o fez cavar um buraco no chão e fugir.




Fitaram-se mudos por não encontrarem palavras capazes de romper o clima denso do corredor. Simon não mudou sua posição, apenas mudou o foco do olhar inevitavelmente para o de Kitty, que estava focado no chão, talvez por vergonha de si mesma.
Simon se perguntava o motivo de Kitty estar ali, se era permitido, o que havia sido decidido em relação a ele, quando poderia vê-la novamente e como reagiria caso algo fosse questionado.


Mesmo que estivessem um pouco bambas, conseguiu mover suas pernas até as barras onde, exposta a luz, revelou o rosto que denunciava o quanto chorou antes de entrar ali. Sua maquiagem havia cursado a o caminho das lágrimas que secaram em seu rosto, mas estava calma agora a ponto de tocar a mão de Simon que se enrijeceu juntamente a todas as outras articulações de seu corpo. Era incrível vê-la finalmente rendida.


Em um movimento rápido, súbito e quase bruto, ela a segurou pelo pulso. Poderia ser condenado a perpétua naquela cela, desde que pudesse a segurar ali para sempre, dentro de seu campo de vista. Kitty assustou-se brevemente e decidiu esperar pela continuação da ação estranha.


Foi então que largou seu pulso somente por alguns segundos, para que pudesse agora trazê-la para mais perto das barras que os separavam, segurando-a pelo maxilar no qual tocava com certa leveza. Ela não reagiu negativamente, o que o impulsionou a realmente puxá-la para si. Segundos que parecem séculos por vários motivos



Kitty fechou os olhos antes mesmo de tocar os lábios de Simon, tentando conter lágrimas que insistiam em vir novamente por pena de si mesma e dele, que mesmo depois de tudo, ainda ansiava em beija-la da forma mais sincera possível, percebeu isso ao sentir que sua mão, agora apoiada na grade, estava trêmula.


O beijo não durou muito tempo, descolaram os lábios e colaram novamente duas ou três vezes. Era superficial, pois malditas barras de ferro impediam seus rostos de ficarem próximos. Longas voltas, problemas de sobra, pessoas feridas e outros pesares causados por um término de namoro. Enquanto puderam não voltaram, mas agora que não podem parecem querer. Nada fora do normal, aquela velha história de que só se dá valor a algo quando se perde, apesar de Simon nunca ter deixado de ansiar por Kitty. Pelo menos não foi preciso dizer nada, a gratidão de Kitty e a redenção de Simon estavam explícitos. 

(FIM DA TEMPORADA)
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Oi pessoal! Pois é, chegamos ao fim da primeira temporada (Ufa!). Quero agradecer por todos os comentários e visitas, sem eles eu já jamais conseguiria prosseguir com a história. Muito obrigada mesmo! ♥
E aí? Depois disso tudo quem é o seu favorito? O que espera pra segunda temporada?
Conte-me tudo, não esconda-me nada! :D